Representado pela coordenadora médica Jamile Martins, o Serviço de Atendimento às Mulheres Expostas à Violência Sexual (AME) do Hospital da Mulher fez parte, na última semana, do projeto Ciclo Formativo ‘Feminismo e Gênero: a trajetória das mulheres na luta contra a violência de gênero’. O projeto é uma iniciativa do Grupo de Apoio à Prevenção à AIDS na Bahia (GapaBA) e faz parte do programa Magalu Mulheres.
Com duração de 20h, a formação foi voltada a mulheres a partir de 15 anos, vinculadas ou não a redes e organizações, sendo dividido em dois módulos: o primeiro, cujo tema central foram os conceitos de feminismo e gênero, com contribuição do feminismo negro e comunitário, e o segundo, com o tema educação jurídica popular. O objetivo da formação foi sensibilizar e qualificar as participantes para atuarem de forma ativista e voluntária na promoção e proteção contra a violência de gênero em suas comunidades, sociedade e também através das redes sociais.
O último módulo contemplou temáticas como ‘Feminismo e Saúde: a medicalização do corpo das mulheres’ e ‘Sofri Violência, e agora?’. Para Jamile Martins, uma das formas de violência é a violação à saúde e o direito de responder pelos próprios acontecimentos do seu corpo. “Terceirizar a decisão do que fazer com o seu corpo à outra pessoa impõe ainda mais às mulheres o lugar de submissão, o que também retrata uma violação dos seus direitos”, destacou.
Na ocasião, as participantes puderam saber mais sobre o que fazer nos casos de violência, quais serviços procurar e onde procurar. “É importante oferecer a estas mulheres autonomia e poder para que sejam disseminadoras de conhecimento para outras mulheres, tendo em vista a importância do feminismo para a diminuição da desigualdade e acesso à saúde pelas mulheres, que historicamente é o gênero que mais sofre com todos os tipos de violência”, pontuou a ginecologista e representante do AME, Jamile Martins.
Serviço AME
Localizado no Hospital da Mulher, no Largo de Roma, em Salvador, o AME dispõe de equipe integral no atendimento às mulheres cis e trans em situação de violência sexual. Para ser atendida, não há necessidade de passar por outros serviços, prestar Boletim de Ocorrência ou passar pela Regulação. O atendimento acontece 24h por dia, todos os dias, de forma espontânea.