O câncer de mama é um dos tipos mais incidentes entre as mulheres. E, mesmo em casos de cura, as consequências, muitas vezes, são desastrosas. Para garantir o tratamento às pacientes que tiveram os seios mutilados por conta da retirada de tumores, o Hospital da Mulher (HM), em Salvador realiza, gratuitamente, a reconstrução mamária para habitantes de todos os municípios baianos.
“Um procedimento que, na iniciativa privada, custa entre R$ 15 mil a R$ 20 mil, é realizado de graça no Hospital da Mulher, única instituição estadual de saúde do Norte/Nordeste que faz a retirada do tumor e a reconstituição da mama no mesmo procedimento cirúrgico”, afirma o coordenador de Cirurgia Plástica do HM, Guilherme Queiroz. Ele enfatiza ainda que o psicológico das pacientes é decisivo para o resultado do tratamento. “Isso já foi comprovado. O efeito do tratamento para uma paciente otimista e com vontade de ficar boa, normalmente, é mais significativo do que para uma paciente pouco otimista”.
Desde o início das atividades, em janeiro deste ano, até maio, o HM já realizou mais de 250 cirurgias plásticas na área de reconstrução e redução de mama, sendo o segundo procedimento para mulheres que sofrem de gigantomastia (excesso de mama). A costureira industrial Vânia Oliveira dos Santos, natural de Serrinha (nordeste), foi uma das pacientes que passaram pelo procedimento. Foram quase três anos de luta até que a batalha pela reconstituição da mama fosse vencida.
“Em 2012, descobri o câncer de mama no meu seio direito e fiz a cirurgia. Retirei toda a mama. Me sentia bem, por ter superado o tumor, mas minha autoestima enquanto mulher foi abalada. A coisa que eu mais queria na vida era recuperar o meu seio. Soube do serviço do Hospital da Mulher em um mutirão e consegui o atendimento. Foi um presente de Deus”, afirma Vânia, que periodicamente faz revisão na própria unidade hospitalar.
Mulheres dos 417 municípios baianos são atendidas gratuitamente pela HM, desde o acolhimento até o período pós-cirúrgico com uma equipe multidisciplinar, constituída por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais. O procedimento de marcação de consultas do hospital passa primeiro por um pré-atendimento, onde a paciente se dirige, inicialmente, a uma Unidade de Pronto-Atendimento de sua cidade. O encaminhamento para o HM é feito pela Secretaria de Saúde do município de residência do paciente, por meio do programa Fila Única.